A cantora Céu diz não lembrar de muita coisa do período em que seu pai impulsionou os voos do Balão.

"Tenho uma lembrança das idas do meu pai ao estúdio, os estudos musicais dele debruçado no piano e os inúmeros discos de ouro e platina que ficavam pendurados. Imagina como esses discos brilhantes impactavam a cabeça de uma criança", lembra a cantora, conversando com a BBC News Brasil.

"Ficava pensando nisso... nossa, meu pai faz música para as crianças cantarem".

Mas uma das músicas do Balão Mágico não lhe traz tão boas lembranças.

"É que meu pai brinca que Ursinho Pimpão era pra minha irmã e que Galinha Magricela era pra mim, porque eu era muito magra. Tinha um pouco de ciúmes de ser a galinha magricela e minha irmã o ursinho pimpão, achava isso bem nada a ver. Mas pelo menos a gente fazia coreografias das músicas em casa e era muito legal."

Céu conta que os netos de Poças também escutam o Balão.

"Eles gostam muito, se encantaram mesmo. Acho também porque é uma música que faz pensar, tem qualidade. É uma música atemporal e não é só pra criança, é pra todos", explica Céu que, em 2023, cantou informalmente músicas do Balão Mágico ao lado de Poças para a turma de seu filho mais novo, em uma escola em São Paulo.

Mais de 40 anos depois, Superfantástico continua sendo tocada em festas infantis — e às vezes, até adultas — por todo o país, geração após geração.

"O mundo tem, às vezes, a tendência de colocar a criança em um lugar bobo, e isso reduz a capacidade delas de imaginarem e pensarem. O Balão Mágico não fazia isso", arremata Céu que, desde muito cedo, aprendeu com o pai que todas as crianças cabem nesse balão.

BBC News Brasil